CROISSANT Imprimir



Os franceses podem ter refinado a sua receita, mas certamente não inventaram o croissant.

A iguaria amanteigada, crocante, em formato de lua nova, foi por muito tempo uma especialidade

vienense; muito anos antes mesmo da princesa austríaca Marie-Antoinette levar consigo e introduzir na sua nova pátria.

Na França, rapidamente se tornou popular e foi por essas terras que tomou o nome por que hoje é conhecido em todo o mundo.

Existe uma distinção entre o croissant (Kipferl), com o simples pãozinho fermentado (Germteig) chamado em Viena de Kipfel.

No dialeto vienense, a adição da letra “r” no final de certas palavras, eleva o seu status.

Assim “Kipferl” são produtos mais requintados do que os “Kipfel”.


O “Kipferl” ou Croissant, é feito de massa de alta qualidade, que deve ser semi folhada.

A massa semi folhada possui menos gorduras, menos dobras do que a massa folhada em si, e leva fermento biológico.

As dobras são as responsáveis pela separação da massa e das camadas de gordura que proporcionam a "folhagem" do croissant.

Um bom croissant deve ter um bom aspecto, como uma lua em quarto crescente, com uma crosta crocante e uma bela cor dourada.

As pontas devem estar descoladas do meio, e o miolo deve ser alvo, aerado, e mostrar a consistência certa.


Seria interessante de se acreditar na história que conecta a sua origem com a “lua crescente” na bandeira Turca.

Essa lenda lembra de como os vienenses derrotaram os exércitos Otomanos.

Conta-se que esta especialidade foi inventada por volta de 1683 em Viena,Áustria.

Por essa altura, o Império Otomano tentava aumentar as suas possessões na Europa. Como não conseguiam entrar nas portas da cidade de Viena, o exército decidiu que, durante algumas noites iriam escavar um túnel até ao centro da cidade.
Todavia, não contavam com os padeiros de Viena, que permaneciam acordados durante a noite para que de manhã houvesse pão fresco em todas as mesas. Ora, os padeiros ouviram barulho e deram o alarme
, o que fez com que os turcos não tivessem êxito na sua tentativa de conquistar a cidade.

Os padeiros não quiseram nenhuma recompensa a não ser o direito exclusivo a criar algo que comemorasse a vitória sobre o inimigo. Decidiram criar uns pãezinhos folhados em forma de meia-lua, símbolo representado na bandeira turca: assim, os vienenses tinham a oportunidade de, ao comer este pão, poderem destruir o símbolo dos inimigos.


Mas, de acordo com algumas pesquisas feitas, sua origem se remete muito antes da invasão turca. Foi o padeiro de nome Peter Wendler, que já fabricava em seu ofício essa especialidade.

Peter Wendler, morreu três anos antes do final da batalha contra os turcos.


Outros pesquisadores atribuem sua invenção ao comerciante vienense de origem polonesa Franz Georg Kolchitsky que vivia em Constantinopla.

Esse homem conheceu o café nessa cidade em 1475 e, com cerca de 500 sacas do produto abandonadas pelos turcos após derrota em batalha, abriu a primeira cafeteria em Viena, o “Blaue Flasche Kaffee”onde passou a servir a bebida. Aí, para acompanhar o café, sua esposa, inventou esse pão em formato de lua crescente


O nome em alemão do croissant “Kipfel” em alto alemão, vem da palavra “kipfa”, que quer dizer: chifres de bode.

Sabe-se que no séc. XVII, pãezinhos em formato de chifres eram assados na época da Páscoa em conventos.


Independentemente da origem da nomenclatura da palavra, a “lua crescente” se tornou o pão favorito de qualquer respeitável vienense. Sabe-se que, no café da manha da Sra. Constanze Mozart , esta iguaria nunca pôde faltar.